terça-feira, 8 de março de 2011

A VIDA DE UM SERIDOENSE

I                                            VIII                       
aqui vai uma história               uma cidade agitada    
considerada um hino               de um povo diferente
não é muito diferente               que falava muito pouco
de qualquer um nordestino      uma coisa deprimente
que enfrenta o mundo cedo     lugar que a família unida
ainda quase um menino           se espatifa de repente
a procura de um viver             irmão esquece o irmão
que mudasse o seu destino     sem parecer que é parente
II                                           IX
esse jovem foi criado              então logo se casou
no Rio Grande do Norte         construiu seu próprio lar
filho de família pobre              formou a sua família
do espírito muito forte            começou a se firmar
foi embora para Goiás             porém naquela cidade
tentando mudar a sorte            não pôde se adaptar
em cima de um pau de arara    e resolveu novamente
nosso antigo transporte           no seu Nordeste morar
III                                           X
lá foi trabalhar na roça             voltou para capital
num serviço diferente              do estado que deixou
entrar numa mata virgem          onde foi bem acolhido    
sujeito a encontrar serpente      logo que ali chegou
derrubando os arvoredos         exercendo a profissão
que houvessem pela frente       que aprendeu onde andou
rodeado de jagunço                 dizia nunca mais deixo
maltratando aquela gente          a terra que me criou
IV                                           XI
realmente foi vendido               uma cidade arvorada
a um malvado fazendeiro          rodeada pelo mar
que te fez lembrar na vida         onde não faltava espaço
o tempo do cativeiro                para criançada brincar
o explorava enquanto               um sossego em sua casa
pagava o seu dinheiro               não podia imaginar
mas quando se sentiu livre        que na sua vida ainda
fugiu feito um forasteiro            fosse preciso mudar
V                                              XII
mudou para outras fazendas       e depois de tantas crises
trabalhou de fazer dó                 foi para São Paulo de novo
de machado, pá e foice              sem medo dos obstáculo
a mão era um calo só                 um homem que sempre louvo
sem um parente por perto           mais uma vez foi morar
sem um dengo da vovó              afastado do seu povo
e cada vez mais lembrava            naquela mesma cidade
do seu velho serdó                     começar um viver novo
VI                                              XIII
devido a vida que teve                porém ficou pouco tempo
sofreu muita humilhação             mudou para o interior
chegando a dormir no mato        para Bragança Paulista
com medo de mal patrão            lugar cheio de verdor
não esperava encontrar               uma cidade poética
regime de escravidão                  de um povo acolhedor
mas tudo aquilo para ele             uma gente muito simples
foi uma grande lição                   de um futuro promissor
VII                                            XIV
de lá foi para São Paulo              seu viver também não foi
aquela estranha cidade                só de momento infeliz
onde trabalhou demais                nasceu nessa região
sem direito a liberdade                do Seridó que Deus quis
igual muitos nordestino               isso é parte da história
o peito era só saudade                da minha vida que eu fiz
pensava que nunca mais              vida de um seridoense
teria felicidade                             que sofreu, mas é feliz

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