I V
eu me criei na cidade tirei lenha de imburana
mas todo dia na verdade catingueira e cajarana
o mato eu ia percorrer velame ao entardecer
não reclamava a travessia saia de madrugada
era o jeito que eu vivia não foi fácil a minha jornada
ajuntando lenha pra vender ajuntando lenha pra vender
II VI
mesmo com algum cansaço as vezes de barriga vazia
eu saia de pés descalços mas a minha mãe dizia
na luta pelo que comer enquanto você não crescer
eu fui criado na vida que não precisa ter pressa
com minha mãe tão querida sua vida vai ser essa
ajuntando lenha pra vender ajuntando lenha pra vender
III VII
antes que alguém esqueça mesmo sofrendo preconceito
era mesmo na cabeça havia no meu conceito
que eu costumava trazer uma esperança de vencer
a uma longa distância pensava em minha trajetória
eu passei a minha infância em mudar aquela história
ajuntando lenha pra vender ajuntando lenha pra vender
IV VIII
tinha lenha de pereiro pode não ter sido a mais bela
jurema e marmeleiro uma vida igual aquela
assim era o meu viver eu nunca vou esquecer
quase não podia brincar hoje me orgulho do que sou
por que precisava trabalhar a minha mãe me criou
ajuntando lenha pra vender ajuntando lenha pra vender
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